sábado, 28 de fevereiro de 2009

Literatura Pornô

Como é um poço de cultura, o pornógrafo intelectual não se limita apenas ao cinema, pois sabe admirar todo tipo de arte pornô. Nada melhor para exemplificar esses outros tipos de arte pornográfica do que escrever sobre a Alta e Complexa Literatura Pornô.

Esse tipo de literatura não é muito acessível, pois exige um nível de mojo sexual mental que simplesmente a maioria das pessoas não possui. Talvez seja por isso que os cursos de Letras sequer se atrevam a ter a Alta e Complexa Literatura Pornô em suas grades curriculares, pois são necessárias décadas de estudo para aguentar os orgasmos múltiplos no cérebro que os escritores pornô causam com suas histórias.

Neste post, brindarei os leitores do blog com alguns trechos de uma obra prima hardcore super pornográfica. Eu postaria o livro inteiro, mas sou um cara responsável e compreendo que muitas pessoas não estão preparadas para ter orgasmos múltiplos no cérebro.

Por favor, e peço isso do fundo do meu coração, tirem as crianças da sala. Se você tiver problemas cardíacos, não prossiga com a leitura deste texto. Se você for gestante e não quer que seu filho vire pornógrafo, pare agora de ler. Se você for broxa, continue lendo porque o que virá a seguir é melhor do que tomar suco de viagra.

Mulheres, tremei com as próximas linhas:

“Penetrou nos aposentos de West sem fazer barulho, e aproximou-se de sua cama. O duque dormia de lado, voltado para a lareira. O brilho dourado das labaredas iluminava suas feições másculas e belas. Havia olheiras leves sob os olhos, e a barba por fazer sombreava-lhe as faces.”

Homens, aprendam com o galã a seguir. Ele explica o que é afrodisíaco para que possa comer a garota. Esse xavequinho funciona, já testei:

“Muito bem. Um afrodisíaco é em geral um alimento ou bebida, que excita os nervos e a corrente sangüínea. Pode ser também uma leitura picante ou erótica. - Suspirou fundo ao ver a expressão confusa de Ria. - Aguça o desejo sexual. Não posso falar mais claro do que isso.”

Ao proferir as palavras acima, a garota geralmente fica toda assanhada e começa a falar coisas bem sexuais:

“- Fale-me sobre isto, por favor - murmurou, apontando para a figura da mulher ajoelhada diante do homem. - Parece que a dama deseja… morder ou acariciar certas partes do corpo do cavalheiro.”

O escritor dessa história passa uma importante lição aos seus leitores, ensinando que devemos dormir pelados e de pau duro, pois nunca se sabe o que pode acontecer, né:

“Então, sem aviso prévio, Ria afastou as cobertas com um gesto rápido, revelando o corpo nu e excitado do duque.
— Talvez isso o encoraje. Uma dama também é uma mulher e pode ser tratada como tal sem cair na vulgaridade, não acha?
— Não sabe o que está fazendo ou me pedindo, Ria…
Então me ensine milorde. Ou me permita aprender por conta própria.”


SEXO! SEXO! SEXO! E peitinhos:

“Apoiando-se no cotovelo, deslizou os dedos pelo corpo vestido com o recatado roupão de flanela, e tomou os seios macios entre as mãos, como se fossem duas flores delicadas, observando-lhe a expressão do rosto com olhos lânguidos. Quando a ouviu gemer de prazer, tocou os mamilos que mesmo sob o tecido grosso, estavam túmidos.”

Se você sempre quis saber qual a utilidade de fazer círculos morosos com a língua e nunca teve coragem de perguntar, A Alta e Complexa Literatura Pornô responde:

“Com a ponta da língua, fez círculos morosos sobre a flanela, excitando-a cada vez mais, a ponto de deixá-la em um estado de total abandono. Cada movimento dos lábios de West parecia saborear uma fina iguaria.”


A situação descrita no próximo parágrafo é genial, além de ser mais uma lição de vida. Homens, finjam que querem comer a garota, depois façam charminho e caiam fora, assim ela vai te curtir:

“Ria começou a murmurar palavras desconexas e agitar-se, mexendo os quadris de uma maneira instintiva e sensual, sentindo uma espécie de lava incandescente percorrer-lhe cada centímetro do corpo.
Então se beijaram de modo longo e profundo. Tonto de desejo, o duque procurou o pescoço branco e macio, beijando-lhe o rosto e os olhos, e por fim SE AFASTOU.”


Como chamar uma mina de puta sem chamá-la de puta:

"Quando se recolhera ao quarto na noite anterior, concluíra, antes de adormecer, que não possuía a alma de sereia tentadora e liberada como gostaria de ser."

Um escritor de literatura pornô precisa se concentrar na profundidade filosófica de suas obras, por isso não perde tempo e repete cenas. Ninguém percebe mesmo:

"Ria começou a murmurar palavras desconexas e agitar-se, mexendo os quadris de uma maneira instintiva e sensual, sentindo uma espécie de lava incandescente percorrer-lhe cada centímetro do corpo."


Por hoje é só. Os trechos acima são do livro Perdidos de Amor, de Jo Goodman.

E para quem quiser se aprofundar nesse tipo de literatura, apesar dos meus avisos e recomendações, clique aqui. Se acontecer alguma coisa com vocês, por favor, não me processem. Não tenho dinheiro.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A Puta Zumbi

Marcelo é o típico cara de 25 anos, tinha terminado seu curso superior, mas trabalhava em uma área totalmente diferente da sua graduação, 44 horas por semana, ganhava razoavelmente bem, não tinha muitos vícios, saia de vez em quando pra tomar “uma cervejas”, filava alguns cigarros quando escutava algum rumor que poderia ser demitido. Um típico celetista.

Marcelo não levava muito jeito com as mulheres, não o julguem, de vez em quando ele conseguia comer alguma bucetinha de graça, mas quando o saco começava a pesar, ele retirava uns 100 reais do seu ordenado e partia pra um puteiro classe média da capital. Segurança na entrada, cerveja quente e putas de todos os tamanhos e qualidades tentando hipnotizar o seu pau pra uma trepada de “15 minutos ou até você gozar, certo amor?”. Marcelo não se sentia muito bem naquele ambiente, só queria abrir as calças, arrumar uma puta com cara de asseada e gastar uma camisinha.

Ele já tinha algumas ninfetas preferidas, mas estava sem sorte. Ana Clara conseguiu pescar um rico otário e brocha pra bancar sua faculdade de jornalismo (eu acho que toda puta devia virar terapeuta sexual, ou pelo menos psicóloga, boa parte do trabalho delas é ouvir merda dos clientes); Lívia voltou para o Rio Grande do Sul, disse para os pais que a faculdade de medicina em Maceió não tinha dado certo e que tentaria passar em uma particular no ano que vem, tinha “juntado uma grana”. Ele tinha uma preferência no quesito mulheres, gostava das branquinhas de cabelo curto e com jeito de intelectual. Muitas vezes pedia para uma habitual usar um óculos na hora que ele ia gozar.

No outro lado do puteiro, tentando embebedar um cara de uns 50 anos, Marcelo viu pela primeira vez Camila. Ruiva com os cabelos batendo nos ombros, com a pele toda vermelha do sol do meio dia, olhos castanhos claros e um rabão de chamar a atenção.

Ele esperou pacientemente Camila terminar de seduzir o senhor calvo, acabou não dando certo as investidas de nossa puta, o senhor continuou bebendo sua Kaiser de três reais. Deu um tapa na bunda de Camila e ela se retirou da mesa, esboçou um leve sorriso depois de levar o tapa. Marcelo sentiu uma facada de ciúmes na nuca. “Que porra é essa?”, pensou alto. Nem tinha falado com essa puta e já tava assim? Que merda é essa? Só tinha uma coisa a ser feita, vou humilhar essa puta, comer ela de quatro, gozar na cara e depois jogar o dinheiro no rosto dela, sair desse puteiro e nunca mais voltar.

Marcelo se aproximou de Camila e quando ameaçou abrir a boca, ela falou:
- Oi amor, quer fazer alguma coisa gostosa hoje? 60 reais.

Ele entregou o dinheiro na mão, sem falar nada. Foi escoltado até o quarto e transou com camisinha por 10 minutos. Gozou depois de duas posições. Não abriu a boca sequer uma vez. Depois do fight, ainda ouviu 10 minutos de papo padrão de puta. Voltou para casa. Ficou pensando no que aconteceu a semana toda. Não conseguia se concentrar no trabalho. Só conseguia pensar em como se sentiu um inútil manipulado por uma puta. Voltou ao puteiro no próximo sábado, e no próximo, e no próximo, assim sucessivamente por dois meses. Sempre falando trivialidades. Sempre comendo Camila. Sempre fazendo o papel de namorado de puta e até gostando do papel. Teve uma sábado que ele tentou uma aproximação mais direta e perguntou:
- você tem namorado?
- não... eu tinha, mas não rolou.
- era um cliente?
- sim, foi meu cliente por dois anos. Eu costumo namorar clientes antigos. Quem sabe algum dia você não vira meu namo? – terminou rindo.

Porra Marcelo, abre o olho, essa puta ta querendo manipular você, vai te prender por dois anos, sugar cada recurso que você tem e depois te banir daquela zona. Mas Marcelo estava cego, começou a comprar presentes pra puta e tinha vezes que pagava só pra ficar conversando. Já tinha adquirido o apelido de “namoradinha de puta” com as colegas de Camila. E assim o jogo seguiu por mais seis meses. Um sábado, depois de uma trepada sem graça, Marcelo abriu o jogo:
- Camila, eu te amo.
- oh, docinho, eu também te amo.
- Não, não, porra, eu amo você mesmo, quero que você largue essa vida e venha morar comigo, eu consigo te sustentar, eu até arrumo outro emprego se for preciso.
- Olha, eu sei o que você ta pensando, a gente trepa toda semana, você não tem namorada, é muito carente, acaba se envolvendo, mas eu gosto de ser acompanhante.
- acompanhante o caralho, VOCÊ É PUTA! PUTA!

Marcelo jogou 100 reais na cama e saiu. Camila ficou parada, já tinha visto aquela cena outras tantas vezes, mas geralmente saia da “relação” sem ser recompensada.

Camila continuou seu trabalho, atendeu mais cinco clientes aquele dia e depois foi pegar o habitual táxi para sua residência. Saindo do puteiro, deu a porcentagem a seu rufião e seguiu até o ponto. Na primeira esquina sentiu uma pontada no peito. Sua última visão foi a de uma pessoa segurando uma faca e olhando para os lados.

Marcelo chegou em sua casa e tentou passar o tempo vendo a sua velha babá eletrônica, mas não tinha nenhum programa que retirasse os pensamentos de “sair pelas ruas matando garotas de programa” da sua mente. Acabou chegando a conclusão que a maioria dos serial killers deveriam ser caras que levaram um chifre e resolvem aliviar a frustração em garotas parecidas com as mulheres que tinham posto o ornamento em suas cabeças.

Resolveu dar uma passada no bar mais pé de chinelo da cidade, onde ninguém vai pra conversar depois do trabalho ou paquerar, vão pra tomar álcool etílico e esquecer dos problemas. Antes de atravesar a porta, deu mais um longa olhada para o corpo de Camila estendido em seu tapete na sala. Ela ainda parecia debochar dele.

Um grande balcão, quatro mesas, quatro caras bebendo sem olhar pro lado, dose após dose, nem pra discutir futebol, política ou putaria suas mentem permitiam nesse momento, eles dedicavam cada segundo do tempo a tentar afogar seus problemas na bebida. Marcelo se sentou bem em frente ao barman e ergueu o dedo indicando que queria o mesmo que todos os presentes, encher a cara. Começou a beber, em 15 minutos já estava em sua quarta dose, quando percebeu a aproximação de um senhor em seus 60 anos pelo lado esquerdo. Fitou ligeiramente a cara do sujeito, mas parecia que todo o resto de seu corpo era um grande buraco negro.
- Posso ajudar o senhor?
- Eu sinto seu sofrimento, meu filho, você ta sofrendo por mulher.
- Ora seu velho, saia da minha frente antes que eu quebre sua cara.
- Eu só admito que me chamem de velho quando eu não conseguir mais cagar sozinho.

Marcelo olhou mais uma vez para o rosto daquele senhor, a face toda estragada pelo tempo, perfeitamente estragada, parecia que ele tinha morrido, mas um maquiador de corpos tinha refeito sua cara e ele por alguma mágica tinha continuado vivo. Deu mais um gole e respondeu:

- Uma puta não me respeitou, mas eu vou esquecer isso hoje.

O velho se aproximou mais ainda, botou a mão em seu ombro e disse:

- Meu filho, eu sei o que você fez.

Marcelo se sentia extasiado, não tinha certeza se aquilo era um delírio provocado pelo álcool barato, parecia real demais.

- Como você sabe que eu fiz isso? – respondeu cético
- Aconteceu a mesma coisa comigo e eu marquei minha cara no espelho naquela noite, consigo reconhecer outro homem na mesma situação no primeiro momento que eu vejo, mas existe uma solução pra isso, essa é a sua noite de sorte.
- Você vai me ajudar a livrar do corpo? Olha, eu não tenho dinheiro, e se tivesse preferia tentar subornar um PM, sem ofensas, mas você não consegue nem ficar em pé sem ajuda.
- E se eu te falar que posso fazer com que ela nasça de novo?
- Você é um tipo de bruxo?
- Você pode me chamar de amigo.

Voltou até a casa em que tinha deixado o corpo em decomposição. Não acreditava que tinha deixado um velho o persuadir a fazer aquilo, mas ao mesmo tempo parecia a única coisa a ser feita. Pegou o corpo já frio e colou em sua cama em posição fetal, com uma faca de cozinha fez um furo no pulso da garota e ao mesmo tempo no seu, tomou cuidado para cortar o pulso na horizontal, encostou ambos os pulsos em sincronia. Abaixou as calças e por um milagre conseguiu deixar seu membro ereto. Fez sexo carnal com sua amada ao mesmo tempo que deixava seu sangue despejar na cavidade feita em seu pulso.

No final de tudo, nada tinha acontecido. Amaldiçoou o velho pela peça pregada. Estava exausto. Ainda estava todo melado de sangue e fluidos de sua parceira cadáver. Tentou vomitar no banheiro, mas acabou dormindo em frente a privada. Acordou atordoado, como se um elefante tivesse pisado em seus testículos. Tinha quase certeza que tudo não tinha passado de uma alucinação causada pelos quilos de álcool em seu sangue. Mas depois de alguns segundos percebeu que ainda estava todo melado. Seu pulso se apresentava em um estado deplorável. Mesmo sem forças, se levantou em um pulo e correu até a sala.

Não encontrou ninguém. Nenhum vestígio dos restos mortais de Camila. Pensou, tinha se cortado em um ato covarde, mas não tinha cometido essa barbárie com mais ninguém, respirou aliviado. Foi até a cozinha pegar um pouco de água. Sentiu uma porrada em suas costas, não conseguiu olhar pra trás. Se sentia cansado, não podia mais resistir.

Acordou. Só conseguia ver a cor branca em sua frente. Paredes brancas. Tecidos brancos. Mulheres brancas. Tudo tão branco. Teria morrido? Teria conseguido créditos suficientes pra ir ao céu? Se arrependeu de ter lido tantas vezes o livro do Richard Dawkins. Uma mulher chegou perto e disse:
- Senhor Marcelo? O senhor está no Hospital Alexandre Cintra, temos boas e más noticias para o senhor.

Puta merda, ela me chamou de senhor três vezes em uma frase e tem más noticias pra mim. Começou a se situar. Não conseguia mexer os braços ou as pernas. Pra falar a verdade, não conseguia nem movimentar sua cabeça, só conseguia olhar fixamente para a cara gorda e pálida da mulher na sua frente.

- Meu nome é Dr. Fernanda, eu sou a enfermeira-chefe do hospital. O senhor estava em coma nos últimos quatro dias. Infelizmente alguém invadiu sua casa, atingiu o senhor pelas costas, pelo que os policiais puderam investigar e... eu não sei como falar isso...

A cara da mulher passou de um branco albino para um vermelho quase-infarto em segundos.

- Bem... ele comeu seus membros inferiores e superiores.

Marcelo não entendeu direito nos primeiros segundos, ainda estava muito dopado, mas depois seus olhos encheram de lagrima, ele já conseguia movimentar sua cabeça e conseguiu constatar o que a enfermeira tinha lhe dito, suas mãos e pés não existiam mais. Ele só conseguiu balbuciar:

- Vadi... Puta...

A enfermeira pensou que ele estava se referindo a ela, mas já tinha se acostumado com os “pacientes difíceis”, mas isso era trabalho pras técnicas em enfermagem, ela não passou quatro anos sentada em uma cadeira pra escutar xingamentos. Pediu licença e se retirou do quarto, prometendo que enviaria alguém pra atendê-lo.

Minutos depois, Marcelo escutou alguém forçando a porta do quarto, devia ser alguma enfermeira trazendo antibióticos misturados com gelatina sem gosto. Mas não, era aquele velho, o maldito velho que tinha plantado a idéia em sua cabeça;

- Seu... Miserav...
- SILÊNCIO. Agora você só escuta. Você tinha razão, eu sou velho, eu tenho 300 anos. Eu tinha morrido e um filha da puta necrofilo me comeu, eu acabei virando essa aberração. A mesma coisa aconteceu com sua namoradazinha. Ela virou uma aberração, agora vai perambular as ruas comendo carne de mendigos. Ela virou uma puta zumbi. E você não pode fazer nada sobre isso.

O velho se aproximou de Marcelo e mais rápido que uma bala, arrancou sua cabeça. Já tinha garantido o lanche da tarde e menos uma pessoa pra dedurar suas atividades noturnas. Sua caça, como gostava de falar.

A Dr. Enfermeira-chefe, depois de duas horas, voltou para checar seu paciente preferido. Definitivamente não tinham falado sobre isso na faculdade.

Postei isso originalmente no meu blog.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

As 300 de Esparta versus Eu: Diário do Diretor

28/11/2008

Hoje coloquei o ponto final no roteiro do meu mais novo filme, "As 300 de Esparta versus Eu”. Modéstia à parte, ficou genial, nada mais que o esperado para um talento prodigioso como o meu. Pensando para quais atores concederia a honra de atuar em meu filme, me senti meio Quentin Tarantino. Decidi ressuscitar a carreira de alguma atriz decadente. Escolhi a Angelina Jolie, que anda atuando em filmecos de diretores que nunca ouvi falar, como um tal de Carl-Cliff-qualquer-coisa-Eastwood.

29/11/2008

Meu empresário disse que a Angelina Jolie informou estar ocupada e que ficou muito puta no telefone. Como sou um cara muito engraçado, fiz um trocadilho esperto com “puta” e o fato de eu ser um diretor de filmes adultos. Pois bem, compreendi o nervosismo da senhorita Jolie, já que está ocupada e perderá a dádiva de atuar em um de meus filmes. Eu também ficaria puto. Mas puto eu já sou, né...hihihi.


1/12/2008


O elenco do filme já está quase todo definido. Falta ligar pro Kid Vassoura e seu irmão, o Kid Sabre de Luz, que serão os capangas persas.


5/12/2008


Hoje acordei me sentindo meio francês. Vamos filmar na França, pois é perto da Grécia e trará um ar de seriedade artística para o meu filme.

7/12/2008

Acabei de chegar na França. Causei um tumulto no aeroporto, pois sou extremamente celebridade na Europa. A parte difícil de ser um diretor de filmes pornô superstar é que todo mundo quer dar pra você. Não tô afim de comer ninguém hoje. Como diria Oscar Wilde: "A pica é do aspira". Mandei meu estagiário atender os fãs enlouquecidos no motel mais próximo.


10/12/2008

Quando as filmagens começaram, pela manhã, me senti meio Lars Von Trier. Fiquei puto e dei piti. Não vou mais filmar no estúdio, quero tudo ao ar livre, tudo natural, sem efeitos visuais, lubrificante, viagra e derivados. Quero o cheiro da relva, bundinhas rolando nos gramados. Mandei todo mundo ficar pelado e ir à praça mais próxima pra gravarmos a nossa orgia campal. Fomos detidos pela polícia francesa.


13/12/2008

O estúdio pagou a nossa fiança, e saímos da delegacia hoje. Odeio a França, com todos esses franceses puritanos. A visão do artista não é respeitada aqui e as mulheres não se depilam. Tô deprimido. Vou ligar pro meu amigo Steven Spielberg pra dar conselhos cinematográficos a ele. Ensinar coisas aos menos talentosos sempre me acalma. Depois eu escrevo mais, tchau.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Não sou a Hebe

Nada melhor do que começar este assunto com um clichê: A vida é curta. Quer dizer, a quantidade de pessoas interessantes que vamos conhecer; bons livros, músicas, filmes e viagens que vamos ler, ouvir, assistir e fazer são limitados. Se você adicionar o fato de que temos que trabalhar e estudar, o tempo que resta para nos dedicarmos aos prazeres da vida é bem menor do que deveria ser. Então, todas essas coisas legais que citei, que já não são tão fáceis de se encontrar, têm seu número ainda mais limitado.

Sendo assim, eu não perco tempo com pouca merda. Por exemplo, eu adoro uma mulher gostosa. Mas beleza, pra mim, só tem peso até certo ponto, e esse ponto é quando a mulher em questão abre a boca pra falar. Na boa, não sou do tipo de pessoa que perde mais de 15 minutos de conversa genérica e entediante, com alguém genérico e entediante, só pra levar a garota pra cama. Isso exigiria um nível de superficialidade que não faz parte da minha natureza.

Se a mulher gostosa for daquele raríssimo espécimen que tem algo na cabeça, ótimo. Mas se não for, prefiro que fique calada - ou fale muito pouco - e vá direto pra cama comigo. Depois aperto um botão e ejeto ela do meu leito, pra nunca mais vê-la. Simples assim. Meu tempo - e isso vai parecer pedante, mas foda-se - é um privilégio que dou só pra pessoas interessantes.

Claro, podem me chamar de preconceituoso e machista. Mas se não me apresentarem 10 mulheres gostosas, inteligentes e divertidas após me chamarem dessas coisas, nem percam seu tempo tentando me ofender.

Dito tudo isso, mais uma vez o mundo pornográfico nos apresenta uma realidade ideal (pelo menos às vezes). Nos filmes pornô, a mulher geralmente começa com um strip básico, esfrega a bunda na câmera, enfia os próprios dedos e outros objetos em orifícios de seu corpo e faz outras coisas que deveriam ser excitantes para nós, telespectadores. Depois, aparece um mano do nada e já enfia a benga na boca dela, dá um tapa na bunda da moçoila, vira ela pra lá e pra cá, dá um tapa na cara, goza e sai andando.

Bonito, não? É isso que queremos fazer quando encontramos alguém atraente fisicamente, tanto nós, homens, quanto vocês, mulheres. Pelo menos quem é direto, objetivo e não gosta de perder tempo com papinho furado. Afinal, o tempo é curto e tempo é dinheiro. Antes uma hora de conversa interessante e divertida com meus amigos do que uma hora de conversa chata com uma gostosa qualquer. E antes uma hora de sexo com uma gostosa qualquer, com quem não conversei nem por cinco minutos, do que apenas cinco minutos de papo interessante com meus amigos.

Mas até mesmo os pornôs têm lá seus dias de pisada na bola. Já perdi a conta de quantos vídeos, geralmente amadores ou que querem parecer amadores, começam com o diretor fazendo perguntas para a atriz. Cara, que merda é essa!? Quem quer saber de onde a moça veio, a idade, o nome ou o que ela acha da atual situação da bolsa de valores? Principalmente quando se tratam de mulheres gostosas e burras, que infelizmente predominam na indústria pornô.

Quando essas conversinhas surgem em um filme que eu estou vendo no DVD, tudo bem. Eu passo a bagaça pra frente e vou ao que interessa. Mas quando estou assistindo a um vídeo na internet, em sites que trabalham com streaming, eu me sinto tão frustrado quanto na vida real. Porque, na vida real, não há um botão que posso apertar pra pular o small talk sem graça da belíssima e entediante mulher à minha frente. Na internet, tenho que esperar o vídeo carregar pra assistir. Tipo como na vida real, quando um cara ou uma garota têm a capacidade de aturar o blablabla da gatxénha e do gatxénho pra só depois poder fazer um amor safado com a(o) sujeita(o).

Como paciência não é a minha virtude, sempre fecho o vídeo que fica enrolando e procuro algum que vá direto ao sexo, sem fazer escalas. Na vida real é a mesma coisa. Não sou a Hebe pra aguentar uma conversa qualquer, por mais bonita que seja a fêmea. Se eu vejo que ela é chata, mando um “Vamo?”, na esperança que ela abaixe as calças e vá logo celebrar o amor comigo. Caso contrário eu parto pra outra. Tudo bem, eu não faço exatamente isso, pois senão levaria um tapa na cara. Eu apenas não gosto de enrolação, então tento deixar isso claro desde o começo.

Porém, quando o filme pornô tem um roteiro excepcional e com ótimo conteúdo, como “Eu Sou o Pau”, não me importo de assistir tudinho, sem pular partes, porque estou me divertindo. A mesma coisa quando encontro alguém legal; não é preciso pular etapas, pois tudo acontece naturalmente, já que também estou me divertindo.

Pois bem, o grande mérito da pornografia é ser uma fonte de analogia pra quase todo tipo de assunto. Em um próximo post, tratarei da filosofia metafísica do século 13 e sua relação com Silvia Saint.

PS: Como tudo na vida tem exceções, eu gosto de ouvir as entrevistas pré-foda da musa Sasha Grey. A mulher é inteligente pacas. E inteligência, no caso dela, é um ótimo afrodisíaco (só pra fechar o post com outro clichê).