domingo, 14 de dezembro de 2008

Kids

Se nos anos 90 alguém tivesse me dito que no futuro haveria caixinhas onde pudéssemos guardar todas as nossas músicas e que todo o sexo que quiséssemos ver estaria disponível ao alcance de um clique, eu provavelmente teria chamado o infeliz de bruxo e jogado o cara na fogueira.

Eram tempos difíceis, há uns 13 anos. A internet estava apenas engatinhando e não existia DVD e toda essa facilidade para copiar filmes. Até rolavam umas cópias de VHS de vídeos pornô, mas era algo muito underground para que membros de famílias tradicionais como eu tivessem acesso. Na era de ouro das locadoras, esses estabelecimentos podiam se dar ao luxo de não permitirem que clientes menores de idade alugassem fitas para maiores de 18.

Nesse cenário apocalíptico anti-pornográfico, as minhas únicas opções de satisfação sexual eram o Cine Privé e Chiquititas (rolava a maior pegação em Chiquititas). Eu definitivamente necessitava de algo mais hardcore.

Eis que o grande diretor Larry Clark nos brindou com Kids. Sei que a intenção do cara era fazer uma crítica à juventude, mostrando como nós somos uns inúteis que só pensam em sexo e andar de skate. Mal imaginava ele que sua obra teria um propósito maior e mais nobre: servir de alento pornográfico aos jovens brasileiros de família tradicional, que não tinham acesso a filmes de sacanagem.

Kids se tornou uma lenda entre nós. Kids foi o nosso Calígula (outro filme pornográfico, mas nem tanto, do final dos 70). O filme tem cenas de sexo, diálogos sobre sexo, álcool seguido de sexo, cigarro depois do sexo, muito sexo. Ah, que os deuses do Olimpo abençoem Kids. Essa película salvou os meus hormônios.

Não me dei ao trabalho de ver o filme novamente para escrever este post. Mas lembro que a história tem algo a ver com um moleque aidético que adora desvirginar garotas e cujas vilanias precisam ser impedidas por uma de suas vítimas. Dramático.

3 comentários:

Pan disse...

Faltou link nesse post.

Tô gostando de ver, Alan se empenhando aqui.
Mas prometo que quando voltar para casa vou falar da Vivi Fernandez e da Emanuelle.


Ah, tempos de Cine Privé. Eu tocava uma olhando pra tv e pra porta do quarto dos meus pais...
Nostálgico.

crap disse...

cara, lembro da primeira vez que assisti a kids.
um dia eu reassisti, não sei por que, mas o fiz.
a história é basicamente essa que você contou.

Alan disse...

Acho bom vocês postarem logo. Senão vão pensar que só eu sou pornógrafo aqui. Isso pode destruir a minha carreira e a imagem de bom moço que eu faço para conquistar garotas inocentes.