sábado, 26 de março de 2011

Não sou viciado em pornô, paro quando quiser

Estava eu navegando nas interwebz quando me deparo com um estudo que diz que pornografia causa impotência:

http://www.healthexpress.co.uk/news/pornography-causes-impotence-723.html

Como sou jovem, alto, moreno, viril, com sangue africano correndo nas veias, esse tipo de estudo não significa nada para mim. Porém, a leitura do artigo trouxe uma questão à minha mente: Sou viciado em pornografia?

A resposta é não. Paro quando quiser. Eu acho. Será?

Sério, estou refletindo muito aqui. Chegou um momento de auto-reflexão, de auto-descoberta, preciso percorrer partes da minha mente que nunca ousei chegar perto antes.

É difícil saber se sou viciado em pornografia assim, só parando e me perguntando sobre o assunto. A resposta seria mais fácil se eu já tivesse vendido meu microondas por 10 reais para comprar uns DVDs pornô. Ou se eu tivesse uma coleção de filmes e revistas aqui em casa. Não tenho nenhum filme "físico" aqui. Mas dei uma procurada no meu hd e achei alguns. Tenho uns 4: um japonês que achei no 4chan, mas só baixei porque os caras do site falaram que a japa desmaiava, então tive curiosidade de ver, uma curiosidade científica apenas. Tenho outro com uma mina toda tatuada, que baixei porque tô numa vibe de fazer tatuagens, então eu queria ver um filme que representasse os tatuados na pornografia. E tenho dois do Manuel Ferrara. E só.

Obviamente, isso não constitui uma coleção de um cara viciado em pornô. Porém, quantas vezes por semana eu vejo vídeos pornográficos? Bem... várias vezes. Mas isso seria vício ou comodidade? Com a internet, temos acesso a toda pornografia já concebida pela mente humana, músicas, filmes, livros, arte e besteiras em geral. Eu aproveito essa dádiva da tecnologia e consumo altas quantidades de todas essas coisas, afinal, é de graça mesmo.

Então não sei se sou viciado especificamente em pornografia ou se apenas vejo sempre porque está ao alcance de alguns cliques. Se não existisse a internet, não sei se eu veria tantos pornôs.

Bom, só há uma maneira de decidir essa questão: NÃO VEREI PORNOGRAFIA POR 1 MÊS.

Simples assim. Se eu começar a ter crise de abstinência, se eu ficar violento, se as espinhas do meu rosto sumirem, minha pele melhorar e os pêlos da minha mão caírem, terei a minha resposta.

Além de não ver mais vídeos de sexo, não verei foto de mulher pelada e só visitarei puteiros em datas comemorativas. A idéia é evitar pornografia e qualquer coisa remotamente parecida, qualquer coisa que me desperte desejos luxuriosos voyeurísticos. Darei unfollow no tuiter nas atrizes pornô que sigo. E só não deletarei os filmes que tenho no pc porque demorei muito pra baixá-los e nutro um carinho fraternal por eles, mas vou colocá-los em um pendrive, colocar o pendrive em um cofre, trancá-lo e deixar a chave com a minha cachorra (vou treiná-la para tomar conta da chave por um mês e morder meu pinto com força total, caso eu tente recuperar o precioso objeto).

Não farei sexo também, apenas amor.

À partir de hoje, sou um celibatário de pornografia. Relatarei as experiências dessa jornada aqui no blog.

domingo, 6 de março de 2011

Amor e Sexo

Claro que todos já escutaram aquela famosa música “Amor e sexo” da Rita Lee. Essa música deveria ser conhecida como a música com a letra mais sincera e verdadeira de todos os tempos. Porque sexo e amor são dois caminhos que podem se cruzar ou saírem bem longe.

Se.xo (cs) SM. 1. O conjunto das características que distinguem os seres vivos, com relação à sua função reprodutora. 2. Qualquer das duas categorias, macho ou fêmea, na qual eles se classificam. 3. O conjunto dos que são do mesmo sexo. 4. Sensualidade, volúpia. 5. Bras. Os órgãos genitais.

Amor (ô) SM. 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem. 2. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro, ou a uma coisa. 3. Inclinação ditada por laços de família. 4. Inclinação sexual forte por outra pessoa. 5. Afeição, amizade, simpatia. 6. O objeto do amor (1 a 5).

Acho que as definições dessas palavras no dicionário deveriam mudar pra letra da Rita Lee: amor sem sexo / é amizade / sexo sem amor / é vontade. Simples e claro. Sem confusão.

Não consigo imaginar dois corpos nus, fazendo sexo da maneira mais selvagem sem desejo ou amor. Algumas vezes o desejo está intrínseco no amor, porém, eu já perdi a conta das vezes o desejo agia por conta própria, sem amor e sem freio de mão.

Depois de quantas deitadas em chãos e colchões alheios, despida de qualquer roupa ou pudor, nunca senti nada do gênero do amor. Nenhum daqueles sintomas de barriga ronronando, nervosismo ou mãos suando. O máximo de nervosismo que eu sentia era em relação a minha depilação se estava “aparada” o suficiente.

Quando posto em prática, o desejo torna-se um sentimento avassalador, visto por tantos como imprudente, amoral, “coisa de gente pervertida”. Sinceramente, eu achava o desejo o melhor sentimento do mundo, não doía, não maltratava e deixa qualquer pessoa confortável após a prática.

Infelizmente, nem tudo é um mar de rosas e depois de muito saltar de cama em cama, percebemos outros com um alguém, fixo num colchão, num lado da cama e até com escova de dente própria na casa do parceiro, amante, namorado, noivo, marido. Maldito ser humano invejoso que começa a se perguntar “por que diabos não tenho aquilo?”. O sexo louco e regado de prazer não é suficiente.

A personalidade muda e ao olhar pros lados você se pergunta: “mas não pode ser essa pessoa que vai dividir o colchão e os pensamentos comigo?”. Começa um jogo de azar. Viciante, como todos os outros. Depois de poucos ganhos e muitas perdas, chega um momento em que você não almeja nem desejo e muito menos o amor. “Eu quero que tudo isso vá pra puta que pariu!”

Os novos horizontes surgem, as novas relações, os sucessos. Por um momento não importava o sexo ou amor, importava você, seu ego um pouco ferido, um pouco machucado e apenas alguém pra reparar as cicatrizes com um pouco de afeto. Nada de sexo. Até parece que aquele velho e bom entra-e-sai nunca fez parte da sua vida e quando alguém aparece falando em sexo, você solta um: “ah, porra, deixa disso!”
Num dia esquecível mas que todos dizem que foi lindo, você conhece aquela pessoa. Você gasta horas e horas conversando, rindo e se divertindo. Estranhamente você nunca se sentiu tão bem, tão confortável, tão querido e... E por que não amado? E que ama de volta? Você nunca saiu tanto na sua vida! E nunca sorriu tanto...

Oh! Oh não! É o amor! É apavorante no começo. Você se sente desconfiado, pois está em terras estranhas pois essas não envolvem apenas cama. Envolvem cama, mesa e banho – não que sexo não possa ser feita em ambas... Ora, vocês me entenderam.

A intimidade, os afagos, a identificação. A vontade de fazer o outro feliz e se sentir feliz. Eu chamo isso de “eu não quero fazer sexo, eu quero fazer amor”. É brega, é clichê, mas passa um momento e você sente que sempre quis dizer aquilo. É um nervosismo minutos antes e uma alegria minutos depois.

Eu poderia finalizar esse trecho de “Amor e Sexo”: sexo vem dos outros / e vai embora / amor vem de nós / e demora. Infelizmente, não vou. Amor e sexo andam juntos e são fascinantes, parece a mistura de limão, tequila e sal. Sexo por sexo é egoísta, é capaz de machucar, mas usado na medida certa, oh, céus, é incrível.

Acho que já estou velha demais pra tudo isso, passei da idade, alcancei outro estágio da vida... Mas nunca irei deixar de lado o sexo ou minhas lembranças.

Escrito por Augusta Teixeira.