No começo da minha adolescência, as revistas de mulher pelada eram praticamente tudo o que eu e meus amigos conhecíamos de “pornografia”. Claro que havia filmes como Kids e Calígula, mas tínhamos acesso mais fácil às Playboys e derivadas.
Para o bem ou para o mal, essas páginas marcaram o primeiro contato que tivemos com as mulheres. E eu falo de mulheres, não das menininhas com quem trocávamos beijos escondidos na escola. Era a primeira vez que víamos uma garota adulta pelada, e na hora sabíamos que nada no mundo poderia ser mais bonito que o corpo feminino.
A primeira vez que vemos uma mulher nua, seja numa revista, seja ao vivo, é um momento especial. É nesse momento que ficamos presos a elas, sem a menor possibilidade de um dia nos libertarmos.
Só fui assistir a um filme pornô muito tempo depois de ter visto as revistas. Isso foi bom, por um lado. Eu ainda guardava na minha mente as imagens daquelas garotas dos ensaios fotográficos: sereias, anjos, deusas, não sei, tudo o que um homem ou um menino poderiam desejar, mas que dificilmente conquistariam um dia.
Os filmes pornô foram um choque. Quebraram as imagens idealizadas que as Playboys mostravam, tiravam aquelas mulheres lindas dos pedestais e as traziam para um mundo onde qualquer cara com um pau avantajado (ou não) poderia transar com elas.
Pelo menos posso dizer que tive minha época de acreditar que todas as mulheres eram seres misteriosos, capazes de levar-nos ao paraíso e que apenas alguns caras conseguiriam conquistá-las, apenas os que as merecessem.
Hoje em dia, os moleques não começam vendo fotos, já começam assistindo a vídeos nesses Redtubes da vida. Não que isso seja errado, mas revistas são bem mais saudáveis. Assim como nos vídeos pornográficos, as gostosas das publicações adultas também são objetos, claro. Mas com uma Playboy, por exemplo, um garoto poderia se apaixonar pela modelo que via estampada ali. Por mais que fossem objetos, as idealizávamos, eram inteligentes, lindas e louquinhas pela gente.
Nos vídeos pornô, não passam de algo descartável, que não vale muita coisa. A gente só se imagina comendo elas, nada mais. Não importa se são louquinhas pela gente, só importa que saibam tirar a roupa na hora certa e façam tudo o que quisermos.
Fantasias desse tipo são boas sim, mas cansam. As revistas me davam vontade de conhecer aquelas deusas. Essas fotografias talvez representassem uma espécie de romance, totalmente baseado em sexo, mas ainda um romance. Vídeos pornô só representam o sexo pelo sexo, mecânico e frio, previsível e com hora marcada pra acabar. As garotas das fotografias não se entregavam fácil, ou se entregavam fácil só pra mim. As dos pornôs, nem preciso dizer. Elas me excitam também, mas homens se excitam fácil. Com as garotas das fotografias, eu casaria. Com as dos pornôs, apenas sexo casual em uma noite solitária.
Às vezes eu prefiro um pouco do bom e velho romance, pois sempre tem que ser conquistado, no final é só meu e não fica de pernas abertas esperando ser penetrado por qualquer um.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
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Um comentário:
cara, eu achava que só eu pensava assim
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