domingo, 14 de junho de 2009

Destricted

Navegando pela internets, descobri esse Destricted. Sete diretores cults decidiram fazer 7 curtas sobre sexo, de forma artística e intelectual. Isso me lembrou deste nosso querido blog, em que 4 artistas intelectuais discorrem elegantemente acerca de tudo relacionado ao mundo pornográfico. Fiquei interessado em ver e foi isso que eu fiz. Nos próximos parágrafos estão relatadas as minhas impressões e análises pormenorizadas de cada um dos filminhos de Destricted.

Comecei pelo filme do Gaspar Noé. Adoro Irreversível e I Stand Alone, sou fã do cara, então o curta metragem dele era o que eu mais estava curioso pra assistir. O título é “We Fuck Alone”. A premissa é bem interessante: Mostrar um homem e uma mulher, em quartos separados, vendo o mesmo vídeo pornô e se masturbando simultâneamente. Ela, com a ajuda de um ursinho de pelúcia, ele, com a ajuda de uma boneca inflável e...uma arma. Maluco. Ela é uma gracinha, ele é um emo escroto. Se você sofre de epilepsia e quer se matar, assista a esse filme. A imagem não pára de piscar, tudo é em um tom vermelho e a ação é embalada por uma trilha sonora que se parece com batidas de coração. Pra quem não é epilético, sobram só as náuseas e dores de cabeça. Assistir a esse filme no cinema deve ter sido infernal, já que só na tela do computador eu fiquei com vontade de vomitar. Ainda assim, a experiência é interessante e Gaspar Noé não filmou dessa forma pra parecer bonito, é pra ser desconfortável mesmo. Dito isso, esse curta é uma droga. Meu deus, por que tem que mostrar tanto o emo tocando uma punheta? É irritante demais. Não é só porque eu sou heterossexual que eu gostaria de ter visto mais a garota com o ursinho. É porque não faz sentido mostrar tanto o cara comendo a boneca inflável e nem é tão legal. Gaspar Noé foi pelo caminho fácil. Filmar o pau do cara em close depois mostrar ele gozando...Isso qualquer um faz. Queria ver mostrar a garota tendo um orgasmo. Aliás, isso seria natural. Mostrou o cara gozando, mostra a mina gozando também, pô! No final das contas, só a premissa era legal. Pensei que rolaria uma reflexão sobre os atos sexuais solitários, mas a boneca inflável se mostrou tão participativa, que nem dá pra falar que o emo tava sozinho. Enfim, o filme pornô mostrado no curta é com atores da indústria. Katsumi, gatíssima, e um cara que já vi algumas vezes em uns vídeos por aí.

Nota: Nem gostei.

O segundo que vi foi Sync, de Marco Brambilla. Tem apenas dois minutos e mostra uma colagem de vários filmes pornô, pra formar uma cena de sexo. Desde o beijo inicial e passando por tudo quanto é posição, vemos centenas de imagens de centenas de filmes diferentes. Não consegui reconhecer nenhuma das cenas, tampouco os atores. Isso me tranquilizou, pois quer dizer que meu consumo de filmes pornográficos ainda é normal, saudável e moderado.

Nota: Fodinha.

Impaled, dirigido por Larry Clark, mostra uns caras em uma entrevista de emprego. Claro, o emprego em questão é de ator pornô. Nunca pensei que fizessem tantas perguntas nesse tipo de entrevista. Eu imaginava que era só mostrar o pau, fazer algum tipo de teste pra provar que você não tem EP e cair na gandaia. Os personagens falam sobre a primeira vez que viram um filme pornô, o que acham da indústria, suas primeiras experiências sexuais, o que gostariam de fazer, sexualmente, que não tiveram a oportunidade de fazer antes e uma porrada de outras coisas. Todos os caras bem nervosos, todos depiladinhos e havia até um virgem, que tinha a sua última esperança de perder a pureza na indústria pornográfica, já que não conseguia pegar ninguém. Não gostei muito do cara que passa na entrevista, pois ele é meio idiota, tem voz fina e não tem atitude rock'n'roll, típica dos atores pornô. Mas beleza, o moleque representa os jovens que entram nessa indústria sem conhecer muito como as coisas funcionam. Várias atrizes de verdade dão as caras e também respondem perguntas, o que é bastante interessante. A cereja no topo do bolo vem em forma de sexo explícito no final do curta, com direito a sexo anal FAIL, que prefiro não explicar em detalhes aqui.

Nota: Fodão.

O que eu vi em seguida foi House Call, de Richard Prince. Esse curta é MUITO ruim. Tudo o que mostra é um pornozão meio anos 70, com aquela tradicional brincadeira de médico. Só isso. E uma música extremamente bizarra que mais parece saída de um filme de terror, o que é a única parte legal do filme. Chato para caralho, fiquei até com raiva de ter perdido 12 minutos da minha vida com isso.

Nota: Tomara que o diretor dessa merda morra afogado em uma piscina de orgãos genitais masculinos tamanho Extra G.

Hoist, de Matthew Barney, foi uma das coisas mais estranhas que vi nos últimos tempos. Quando comecei a assistir ao curta, um certo padrão surgiu em minha mente. Os diretores de Destricted devem ter alguma obsessão com paus, porque sempre que eles têm a chance de dar um close em um membro endurecido, é isso que eles fazem. Hoist começa mostrando um pênis ficando ereto lentamente. A cena dura 3 minutos, mas por um momento temi que o diretor me faria assistir a 14 minutos de um pênis “artístico” e cult, porque o curta metragem é totalmente “artístico” e cult. Mas não foi nada disso que aconteceu, ainda bem. Na cena seguinte, vemos um monte de caras procurando alguma coisa, provavelmente uma atriz pornô perdida pra eles poderem fazer um grupal. Após essa cena, somos apresentados a uma figura muito escrota, que está embaixo de um trator, modelando um vaso de argila com o próprio pau. E o cara faz isso com um objeto oval enfiado no ânus. Habilidoso esse garoto. Esse curta é tão bizarro e sem sentido que eu acabei gostando.

Nota: Foda.

Death Valley, de Sam Taylor, fez eu me sentir um idiota. Não acredito que essa mulher me fez assistir a um mané batendo punheta por 7 minutos. Basicamente, o “roteiro” é o seguinte: Um mano está andando pelo deserto, quando decide que é uma boa idéia parar a caminhada, se ajoelhar no solo e socar um punhetão nervoso. É bem coerente mesmo. Se eu estivesse perdido no deserto, e sem a possibilidade de sobreviver, eu também me masturbaria. Seria o meu jeito de dizer “Vai se foder!!!” pra natureza e pro universo.

Nota: Tão ruim que me deprimiu.

Por último, vi Balkan Erotic Epic, de Marina Abramovic. O curta fala sobre como os pagãos arrumavam desculpas pra transar com qualquer coisa ou esfregar seus orgãos sexuais em alguma coisa. De todos os filmes do Destricted, o Balkan Erotic é o mais interessante. Na maior parte do tempo, é não-intencionalmente engraçado, mas isso devido ao fato dos costumes pagãos soarem bastante estranhos pra gente. A parte que mais gostei é a que ensina a melhor simpatia que existe pra uma mulher fazer um homem se apaixonar por ela. Basta a senhorita pegar um peixe, enfiar na vagina, deixar o infeliz lá por uma noite, pegar o cadáver do pobre peixinho, bater no liquidificador, jogar o resultado disso no café e dar pro cara beber. Dizem que é tiro e queda. O cara vai te amar pra sempre.

Nota: Fodão.

Dos 7 curtas de Destricted, Impaled, Balkan City Erotic e Sync são os melhores e valem a pena assistir. O resto não é lá grande coisa, são meio chatos e/ou bizarros, mas dá pra rir um pouco se forem vistos com seus amigos bêbados.

Um comentário:

Pan disse...

Sensacional Alan! Tu tá movimentando isso aqui.

Mas tá na minha lista esse aí mas sei lá porque nunca baixo, mas agora será o próximo.

E minhanossa, será que vou reconhecer alguma cena do Sync?

Enfim, faz tempo que não me atualizo pornograficamente. Queria começar a postar coisas idem legais como essa. Talvez quando o período acabar eu posso começar a pensar em tudo que está parado e tentar movimentar.