domingo, 28 de julho de 2013

As incríveis aventuras de Simone de Beauvoir no país dos cacetes. Parte I.


J. L., o sueco.

Eu não transei, de fato, com o sueco. Decidi incluí-lo no diário porque ele foi uma experiência totalmente diferente de tudo que já tinha me acontecido, vale o registro.

A gente se conheceu num desses sites de exibicionismo na web cam,. Eu estava com problemas de autoestima e pensei que seria uma boa ideia retornar ao velho cam4. E foi. Comecei a me exibir no cam4 e as pessoas ficavam me elogiando, perguntando se era vídeo, não acreditando que era ao vivo, real, grátis e amador. Foi bem gostoso, mas o cam4 logo me sabotou e encerrou minha sessão pedindo que eu enviasse um documento comprovando que era maior de idade. Aí fiz um skype fake (nota-se que eu queria MESMO ser bem puta), passei pra galera que tava me assistindo e fui embora. Em menos de 30 segundos, adicionei 20 contatos e esperei algum me ligar.

O primeiro cara foi chato. Vi o pau dele, que era bonito e grosso, mas não senti o mínimo tesão. Fiquei lá às vezes fazendo o que ele me pedia, às vezes não e esperei que ele gozasse. Logo que terminou, eu me despedi e fui logo para o próximo. Meu plano inicial era fazer 450 homens gozarem, confesso, mas o sueco apareceu antes.

Começamos a nos falar e eu fiquei realmente impressionada com a aparência dele. Do jeito como a câmera estava posicionada, eu conseguia ver um pau enorme e grosso e muito bonito com 2 piercings. Um pertinho da cabeça e outro no comecinhozinho do saco, quase na base do pau. E eu nunca curti piercing genital em homem, achava que me daria aflição e tudo mais. Mas os dele eram lindos, lindos, lindos. E o pau! Poucas vezes vi um pau tão convidativo, sério. Era enorme, grande mesmo, e grosso na medida certa. Reto. Bonito, mesmo, agradável de olhar. Dava pra ver um piercing no mamilo também, algumas tatuagens, uma barba loira quase ruiva e dreads que iam até a cintura, provavelmente. Lindo, lindo, lindo, lindo.

Começamos a nos falar e ele foi pedindo pra eu fazer coisas. Muito educado, mas safado ao mesmo tempo. Pediu pra ver meus seios, primeiro. Eu mostrei bem devagar. Abaixei uma alça da blusa, depois a outra, subi de novo, acariciei ainda com a roupa, quase mostrei um... e assim por diante. Dava pra ouvir ele gemer e se deliciar com cada surpresa nova sobre o meu corpo. Depois pediu pra eu tirar o shorts devagar e continuar de calcinha. Eu adoro homens que sabem apreciar calcinhas e gostam de ver uma mulher tirar a roupa devagar. Pontos, muitos pontos. Daí tirei de costas fazendo bastante gracinha também e ele surtando do outro lado. Conforme ele foi pedindo, tirei a calcinha, mostrei meus pelos e perguntei se ele gostava assim ou de tudo lisinho. Óbvio que ele disse que gostava assim. Pediu pra eu colocar um dedo, dois. Pediu pra eu gozar com ele e pra mostrar pelo menos a boca enquanto eu gozava. Não deu, ele gozou e eu ainda ia demorar muito, mas fiz de conta pra não quebrar o clima.

O problema é que eu estava verdadeiramente excitada e queria mesmo ter gozado. Tentei disfarçar e esperar até que ele ficasse a fim de novo, mas depois de uns cinco minutos de conversa eu disse a ele que precisava gozar de novo, perguntei se ele topava me esperar e se gostaria de assistir. Ele concordou, claro. Eu fui provocando tudo de novo e fui vendo o pau dele crescer de novo e ele se excitar, morder os lábios... um tesão absurdo. Gozamos praticamente ao mesmo tempo e foi delicioso. Fiquei com muita vontade de colocar o pau dele na boca, deixar limpinho, sentir pulsando no fundo da garganta. Queria muito dar pra ele, de verdade.

Aí ficamos conversando por um tempão. Eu me vesti, fiquei sentada e conversamos. Foi um papo bem gostoso, leve. Ele elogiou meu desempenho, disse que só tinha visto amigas dele na web cam, até então, eu confessei que também não sou muito experiente e assim o assunto voltou ao sexo.

Ele disse que pensou que eu estivesse ganhando grana com a exibição lá no site, falou que eu pareço profissional e que sou gostosa. Aí, sem nenhuma intenção, ele foi dizendo o que gostaria de poder fazer comigo. E ele descrevia tão bem e acertava o tempo todo sobre o que eu gosto. Falou que queria me colocar de bruços na cama e enfiar o pau em mim bem devagar até o fundo, até doer. E aí ia tirar devagarinho, colocar de novo até o fundo e continuar até que eu não aguentasse mais e implorasse pra ele me foder bem rápido. E disse que ia me beijar enquanto fazia isso. Diz, TEM COISA MELHOR QUE UMA FODA LENTA POR TRÁS COM BEIJO NA BOCA? Não tem. Disse que depois ia me virar de frente, lamber meus seios devagar, mordiscar meus mamilos e me colocar por cima. Que ia apertar minha bunda e puxar meus quadris em direção ao pau dele até entrar tudo o que coubesse. E que pau, meu Deus, que pau maravilhoso!

No meio dessas conversas, eu fiquei excitada de um jeito que nunca tinha acontecido. Eu nunca tinha sentido meus mamilos endurecerem sem toque nenhum. Aliás, meus mamilos costumam demorar muito pra responder, muito mesmo. E eu ali, até sentindo dor de tudo tão duro. E só de ler o que o cara falava, ouvir a respiração, ver aquele pau crescendo de novo e ver minha própria imagem também. Fiquei muito excitada, não consigo explicar. Fiquei absurdamente molhada e sem nem avisar já fui metendo a mão pra dentro da calcinha e me masturbei deliciosamente, como há tempos eu não fazia. Ele gozou bem antes de mim, mas dessa vez eu não quis parar. Continuei ainda um tempão me masturbando e lendo o que ele falava pra me excitar, olhando os cabelos... Gozei feito louca.

Conversamos mais um tempão e nos despedimos. Espero reencontrá-lo no Skype e visitar a Suécia.


Trepada virtual nota 10.

Simone de Beauvoir.

domingo, 21 de julho de 2013

Miss Vingança

Paula acordou animada, não era um dia como outro qualquer, hoje ela teria a recompensa pelo esforço que tinha feito nos últimos dois anos. Ela tinha o sonho, que tantas outras garotas com 18 anos tem, ganhar o concurso de Miss Brasil. Ok, o sonho realmente não era ser coroada, e sim os benefícios que o titulo lhe daria.

Já tinha tentado entregar seu book em diversas agências, perdido a conta de quantas vezes foi rejeitada, talvez por ter um padrão brasileiro que não serve para ser modelo de passarela. Não concordava com a afirmativa que ouvia quando questionava para amigos o motivo de tamanho insucesso. ''Não tem essa de cabide não, você acha que eles pagam dez mil reais por um passo pra Gisele pra ela servir de cabine? Por favor...''

Os colegas da faculdade de Direito começaram a estranhar as mudanças no visual da garota no passar dos meses. Ela tinha um corpo perfeito pra maioria dos homens brasileiros, peito de pequeno pra normal e um bundão, a sintonia perfeita. Talvez não fizesse sucesso com os americanos, fascinados por sutiãs estourando pelo peso dos seios silicionados, mas fazia a grande maioria dos seus nativos virar a cabeça quando passava.

Mas ela não estava satisfeita com aquilo, tinha que ficar no padrão CIGARRO/COCA-COLA LIGHT de toda modelo internacional. Perdeu alguns quilos visíveis, os braços ficaram flácidos, os tarados nos corredores da faculdade começaram a deixar de notar sua presença, mas os produtores da agência, que geralmente não gostavam muito da fruta, começaram a ser mais simpáticos com ela. Pra completar fez uma cirurgia no nariz.

Pulou da cama, tomou um banho e comeu a primeira fruta diurética que viu pela frente. O dia seria longo, primeiro tinha que ganhar a competição regional, pra depois competir com mais 27 garotas pelo titulo nacional. Já tinha visto as outras competidoras do estado quando foram tirar a foto das concorrentes com o governador. Sem falsa modesta, não conseguiu encontrar nenhuma com mais chances que ela. Nunca se sentiu tão confiante depois disso.

Se encontrou com as outras garotas do estado no Centro de Convenções. Se preparou mentalmente pras etapas lendo um livro de auto-ajuda, cujo nome não é importante, é uma mistura de 12 passos com um ladrão de queijo. E chegou a hora. Todas as etapas passaram, traje de banho, traje noturno, seja lá quais forem as outras. Ela chegou até as três últimas. Aquele momento em que as três finalistas ficam a beira de um ataque de nervos.

Conseguia ver seus parentes na arquibancada, seu pai imóvel, preferia que a filha fosse uma juíza do interior, sua mãe sempre sonhou em ver sua filhinha como uma boneca sendo admirada pelo mundo. Estava satisfeita. As outras duas concorrentes visivelmente não eram mais bonitas que Paula, ela tentava não pensar nisso, pra não azarar. Anunciaram a terceira colocada... ROBERTA! Nem vinte quilos de Sertralina tirariam a ansiedade de Paula nessa hora. “E a MISS desse ano é... JULIANA”. Puxaram Paula para o lado, todas as câmeras foram focalizadas em Juliana, o apresentador a coroou. Paula tentava se concentrar em seus joelhos, queria cair no chão e chorar até não aguentar mais, mas precisava manter a calma.

O sonho acabou. Frase mais do que manjada, mas eu precisava colocar no texto. Paulinha passou três dias, EXATAMENTE três dias de luto. Quando sua vó morreu ela só passou 18 horas de luto, antes de sair pro cinema com seu namorado. Agora passou três dias comendo chocolate branco e tomando fanta uva no seu quarto. De vez em quando admirava seu nariz no espelho, ela gostava mais do seu nariz tortinho, mas teve que se submeter a cirurgia pra ter mais chances de ser escolhida a mulher mais bonita do Brasil. Não conseguiu nem ser a eleita do estado. Os familiares tentavam consolar, o pai ficou feliz, agora o sonho de ver sua filha magistrada voltou a tona, pensou em comprar o Código Penal comentando do Damásio de presente, mas achou que seria uma coisa muito sugestiva. Queria uma filha juíza, principalmente pra mostrar pros seus melhores amigos, que em sua maioria tinham filhos na faculdade de medicina. Malditos médicos, pensava o pai de Paula, com seus jalecos brancos e 80 horas de trabalho por semana.

No final do terceiro dia, resolveu checar o seu orkut... dezenas de mensagens de consolo de amigos da faculdade. Msn, mais uma penca de amigos dizendo que sempre tem o próximo ano. Lembrou do arcaico email... e olha, uma mensagem com o assunto: “Paula, vc foi roubada”. Apesar do português ferrado, a mensagem chamou atenção, finalmente alguém que não tentava consolar o inconsolável.

A mensagem é um pouco extensa, então vou tentar resumir em uma frase: “Paula, você não conseguiu se eleger, pq tem a porra de uma tatuagem de borboleta na barriga”. Não é piadinha de duplo sentido, mas ela realmente ficou com borboletas na barriga quando leu aquilo. Ela já tinha sentido um pouco de desprezo de suas concorrentes quando viam a minúscula tatuagem. Sentiu nojo de ter desejado fazer parte desse mundo.

Esse conto podia ter terminado com um massacre. Olha o nome “Miss Vingança”, você ta esperando alguma coisa parecida com o Kill Bill. Paula poderia ter cortado a garganta de todos os velhos babões que julgaram o concurso, eu tenho esse poder, ela vai fazer tudo que eu escrever, mas eu estou me sentido extremamente realista hoje, então vou mandar a real, como os rappers de colégio falariam, Paula tentou seguir o plano do pai, terminou a faculdade de Direito e nunca conseguiu passar na OAB. Depois da terceira tentativa, se casou com um velho rico. Teve quatro filhos, sua tatuagem de borboleta nunca mais foi a mesma. Sua filha mais velha agora sonha em ser modelo, a mãe quer que ela seja juíza.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Poeminha anal



O cu - (por eu mesma)

O profundo
No coração de todas as nádegas
O cu em sua estrada
Até onde o cu vai?
Cu ansioso
Cu à espera, cu saudoso
Ao que sinta as paredes de sua extensão.
E àquele que teme
Mantém o cu na mão.
Cu, em sutil pressão
Cu que pisca
Êxtase, na porta traseira da vida
Cu que alucina
Por onde escorrem rios e risos de prazer
De vós, o cu quer saber
Vais dar ou comer?



quinta-feira, 30 de maio de 2013

Obrigada, pornô.

Eu, mulher, fã de pornô.

Todos os meus relatos sobre minhas preferências sexuais costumam começar com 'desde criança, blá blá blá'. Aqui, não vai ser diferente.

Desde criança - ou, para chocar um pouco menos, desde os meus 12 ou 13 anos -, tenho uma ótima relação com a indústria pornô. Sempre que tento buscar as origens do meu interesse por esse universo, pego-me lendo incessantemente as Marie Claires e Novas da minha mãe e tentando entender aqueles artigos que falavam sobre como gozar com penetração, como se masturbar no banheiro do trabalho, como sua buceta funciona, como encontrar seu ponto G. E eu, no banheiro de casa, com a porta trancada e com medo de respirar mais alto, procurava. Eu devo ter perdido a virgindade comigo mesma, sempre penso nisso.

A questão é que, desde sempre, entender de sexo e ser feliz em sua prática sempre esteve entre as minhas prioridades. A ideia de não gozar, de ser uma daquelas mulheres que não gostam de trepar ou que fingem gozar ou que inventam dores de cabeça sempre me aterrorizou. Uns culpam a astrologia, uns alegam que eu não fui amada o bastante quando criança, uns se contentam justificando minhas inclinações com uma devassidão inerente, sem começo e sem cura. Eu não tenho dinheiro para terapia e não sei de nada. Sei que, desde criança, o universo pornô foi meu maior professor e, claro, grande objeto de fascínio.

Lembro de quando eu nem tinha internet em casa, ainda, e passava as tardes no computador do meu primo enquanto ele trabalhava. Lá, vasculhando pastas à procura de garotas nuas, encontrei meus primeiros vídeos nefandos. Lembro de duas lésbicas esculturais, loiras, na beira de uma piscina, talvez um picolé. Não, mentira, acho que o picolé veio antes. Emanuelle. Antes disso tudo veio Emanuelle, é claro. Como eu pude me esquecer das noites de sábado em que eu me esforçava absurdamente para me manter acordada até o primeiro mamilo? Com sorte, até os primeiros pentelhos. Com esforços hercúleos, até a primeira cena de sexo simulado. Aquilo era deleite. Aprender as caras, os apertos nos seios, os gemidos, as jogadas de cabelo, os olhares, os movimentos do quadril. Devo muito do que sei à Emanuelle.

Mas, devo mais a Heather Brooke, minha obsessão dos quinze anos. Lembro de quando vi seu primeiro vídeo. Eu nunca tinha chupado um pau, acho, e fiquei simplesmente hipnotizada com a possibilidade de poder fazer aquilo. Como era fácil, como parecia gostoso, como minha boca ficava cheia d'água. Aos quinze, eu tinha sonhos frequentes nos quais me via de joelhos com um cacete na boca. Aos quinze, eu acreditava ser capaz de treinar minha garganta para receber os maiores paus e alojá-los ali no fundo sem desconforto algum. Eu treinei. Céus, como eu treinei. Com paus de borracha, com vibradores, com paus de verdade. Sou uma aluna muito dedicada.

Senti vontade de chorar enquanto chupava o meu primeiro pau. Foi uma das melhores experiências da minha vida. Eu senti, pela primeira vez, que estava fazendo algo que sabia fazer. Eu estava em casa. Eu sabia de cada manobra, eu sabia a intensidade da sucção, eu sabia que pau molhado desliza melhor, eu sabia que aquilo caberia na minha boca. Não foi difícil, não foi constrangedor, não foi aterrorizante. Foi, simplesmente, delicioso. E, desde a primeira vez, esperei ansiosamente sentir o gosto, a textura da porra por mim merecida na minha boca. Não aconteceu. O rapaz alegou não saber o que fazer, não saber se gozava na minha boca ou me pedia pra parar. Estávamos no meio da rua, afinal, e ele optou por me pedir pra parar. Não, não sou a Heather Brooke. Não, não me entendo com paus grossos. Porém, defendo-me afirmando categoricamente - e com alguma arrogância - já ter destruído lares (um lar, sejamos justos) com um boquete. Obrigada, Heather.

Stoya me ensinou a ser feliz com os meus pelos. Stoya me ensinou a não perder uma trepada por não estar com a depilação em dia. E, mais, Stoya me ensinou a ser linda quando peluda. Graças a ela, a seus vídeos, a suas declarações e a sua existência, amo pelos pubianos. Os meus, os dos homens e os de outras garotas. Não consigo expressar a minha decepção ao baixar uma calcinha e verificar a inexistência de um pelo sequer. É como se ali não houvesse nada de animal. Como se não fosse uma buceta, como se não fosse um grande palco de pecados e diversões, mas só uma continuação do resto do corpo, só mais um pedaço de pele. Mas a coisa é muito mais séria quando o assunto sou eu mesma. Olhar-me no espelho depois da depilação, estudar os pelos cuidadosamente desenhados, emoldurando o que eu tenho de mais secreto... caralho, eu me sinto uma puta mulher. Sinto-me feita para o sexo. Pronta, esperando, guardando um mundo de sujeiras deliciosas dentro da calcinha. E acariciar meus próprios pelos antes de dormir, sentir a textura, colocar-me em contato com a minha natureza e com os meus cheiros ali impregnados é um exercício de amor.

Mas Stoya não é só isso. Stoya me ensinou, também, a me divertir na cama. A conversar, a trocar baixezas no ouvido ou aos berros, ou gemendo e olhando nos olhos. A rir, a me exceder, a agir com a mesma naturalidade com que ajo quando, sei lá, bebo água. Ela me ensinou que, sim, meu rosto pode ser observado durante o sexo e que, sim, eu devo ser tão bizarra quanto todo mundo, mas é por ali que meu tesão vaza. É aí, na minha boca se contorcendo, nos meus olhos não sabendo pra onde olhar, nos meus dedos sendo mordidos. É aí que quem está me comendo tem a comprovação - ou não - do meu prazer. E nós sabemos que isso faz gozar. Obrigada, Stoya.

Quero terminar agradecendo a Lorelei Lee e a Annette Schwarz. Por me mostrarem que eu também posso me excitar sendo dominada por outra mulher. Que funciona. Que eu posso me sentir tão humilhada quanto gosto de me sentir por um homem. Que eu posso apanhar de uma mulher, que eu posso obedecer a uma mulher, que eu posso olhar para cima esperando a próxima ordem e não me sentir uma farsa. Obrigada, lindas, por me apresentarem a sujeiras que eu ainda não havia admitido a ninguém, por me mostrarem cantos desse mundo perverso que eu ainda não percorri, por me incentivarem a procurarem parceiros dispostos a andarem de mãos dadas comigo nesse mundo molhado, barulhento e exagerado que eu ainda desconheço.

A ideia inicial do texto era explicar que eu não costumo me masturbar assistindo a vídeos pornôs, mas errei a mão.

Mina Vieira

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Se Minha Chefe Ler Este Texto Fudeu


Um dos momentos mais felizes da minha vida é quando uma nova fantasia sexual surge na minha mente. Fantasias sexuais são como presentinhos divinos surpresas, nunca se sabe quando vão aparecer ou como serão, muito menos se você vai se sentir bem depois de ter imaginado a tal perversão da vez. 

Fantasias sexuais podem durar anos ou minutos. Algumas eu consigo superar depois de uma punhetinha de cinco minutos, não importa o quão excitante a fantasia seja, nunca mais vai me inspirar uma masturbação. Outras fantasias, por sua vez, duram anos. Há algumas imagens recorrentes que estão enraizadas na minha cabeça desde que eu era um pré-adolescente. 

Ultimamente tenho prestado atenção em como minhas fantasias surgem, para entender melhor como meu cérebro funciona. Há um mês eu tive uma fantasia sexual nova. Surgiu no meio de uma tarde, assim, do nada. Eu mal podia esperar para chegar em casa logo e testar meu novo presentinho. Essa fantasia envolvia minha chefe, o que é curioso, pois nunca achei ela bonita e nem um pouco atraente. Ela costuma se vestir de um jeito meio chato, sem mostrar pele nenhuma, sem mostrar as formas do corpo. Mas nesse dia em específico, ela foi com um vestido que revelava um pouco de suas pernas. Nesse dia, por causa de umas mudanças que estavam rolando lá no trampo, tive que passar o tempo inteiro numa sala menor com ela, trabalhando ao lado dela, bem próximo dela. Bastava que eu olhasse um pouquinho pro lado pra ver as pernas dela. Aí minha mente começou a trabalhar.

Vários elementos contribuíram para que meu cérebro criasse essa nova fantasia. Eu estava no trabalho. Tive que me deslocar de casa até chegar lá e, no caminho até o trampo, vi inúmeras jovens garotas no ônibus e no metrô, estive próximo delas e tal, e muitas delas me atraíram. Impossibilitado de satisfazer meu desejo sexual por elas, tive que reprimir o tesão a cada vez que olhava um pouco pra baixo e via uma bunda bem delineada por uma calça legging. Cheguei no trampo já meio frenético. 

O outro elemento é o lance da autoridade. Não sou um líder natural, sou muito preguiçoso pra isso. Me mandem fazer, me paguem e eu faço. Não gosto do stress de ter que guiar um grupo de pessoas. Acho que por isso tenho tesão em comer de forma bem selvagem qualquer mulher que tenha alguma autoridade sobre mim. Deve ser minha maneira de compensar pela minha falta de atitude de líder no mundo real, então na cama quero pegar minha chefe e ser totalmente dominador. Ajuda o meu tesão se a chefe em questão for meio filha da puta comigo no dia a dia de trabalho e ficar me enchendo o saco por causa de bobagem. Aí que eu quero foder ela mesmo. Ficou falando abobrinha pra mim o dia inteiro!? Agora fique de joelhos que quem manda sou eu. Engole meu pau todinho. Engoliu? Então quero ver reclamar agora.

Uma idéia que sempre alimenta minhas fantasias: mulher comprometida. Quanto maior o nível do comprometimento dela, melhor. Ela tem um caso com algum carinha? Bom. Ela tem namorado? Melhorou. É casada? Meu pau explode. Porque gosto de pensar que ela é insatisfeita sexualmente, que o homem dela não pega ela de jeito. Eu curto a idéia de seduzir uma mulher a ponto dela trair o cara com quem ela está. Ainda mais se ela ama o cara e nunca deixaria o mano pra ficar comigo, mas o tesão dela por mim é tão forte que ela simplesmente não consegue se segurar e temos que foder até o dia amanhecer feliz.

Pronto. Taí. Juntou meu tesão reprimido, com a idéia da chefe (que por sinal é casada) e um pouquinho das pernas dela que eu vi, fudeu. Não consegui trabalhar naquele dia, eu só pensava em dar uns pegas nela quando o expediente acabasse. Transar com ela em cima de cada uma das mesas, no chão, no banheiro, na pia da copa, em tudo quanto é lugar. 

Desnecessário dizer que quando deu minha hora saí correndo direto pra casa pra liberar os meus espermatozoides que já gritavam em desespero para escaparem do meu saco. E essa foi uma das minhas fantasias one punheta stand. Durou os minutos da masturbação e nunca mais retornou. Foi bom enquanto durou, pelo menos. 

Punhetas derivadas de fantasias sexuais são bem agradáveis, pois sei que é uma situação só minha. Mesmo que o contexto seja clichê, tudo se desenrola do meu jeito. É uma experiência de que só eu desfrutarei. 

Porém, muitas dessas minhas fantasias sempre ficarão apenas no campo da imaginação. Não porque sejam absolutamente impossíveis de serem realizadas de fato, mas é que já idealizei cada uma delas demais. Não existe possibilidade de eu comer minha chefe no mundo real e ser tão bom quanto na minha fantasia. Talvez ela não curta tomar uns tapas na cara, e descobrir isso seria triste e arruinaria todos os lindos momentos que passei com ela nos poucos minutos de punheta que bati pensando em suas pernas. 

Cara, eu realmente espero que minha chefe não leia isso.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Cansei de Pornô


Cansei de pornô. Ainda vejo diariamente, mas cansei. É sempre a mesma coisa, as mesmas atrizes, os mesmos tipos de cena, cansei. Após anos vasculhando a internet procurando todo tipo de pornô já produzido, posso afirmar que já vi de tudo. Nada me surpreende mais. Então acabei cansando de pornografia. Estou tão enjoado das artes pornográfias que um dia desses percebi que não aguento mais ver a Monica Mattos pelada. Nunca esquecerei aquela manhã. Acordei com meu pau tão duro que não me deixariam entrar num avião, pois certamente eu poderia esfaquear alguém com meu membro e tomar controle da aeronave. Apesar da ereção, eu estava com tanto sono e tão tonto por ter acabado de acordar que não conseguia pensar em algo para satisfazer minhas necessidades sexuais primais. Minha mente logo buscou automaticamente a cena mais fácil para alimentar minha masturbação e, obviamente, a tal cena envolvia a Monica Mattos. Mas nem me empolguei, pois percebi que tava enjoado dela. Fiquei assustado por alguns segundos, afinal é meio estranho você enjoar de ver alguma mulher pelada, bom sinal isso não é. Foi então que uma idéia surgiu em minha mente, uma idéia bem sexy que aumentava a cada momento até atingir o ápice e meu sangue entrar em ebulição: eu precisava ver a Monica Mattos. Vestida. 

Sinceramente eu nunca tinha visto essa mulher vestida, ou pelo menos vestida com uma roupa normal. Muito menos tinha visto ela falar, sabe, como uma pessoa normal que tem mais que "me come", "me fode", "goza na minha cara" em seu vocabulário. Busquei alguma entrevista dela no youtube. A entrevista obviamente falava de sexo, mais especificamente de sexo anal. Diminuí o volume da conversa pois oras porras, eu não queria que a Monica Mattos falasse de putaria naquele momento, queria que ela fosse uma garota normal pra me ajudar a me livrar da minha ereção.

Tudo ficou ótimo depois que dei mute no volume. A Monica Mattos e a outra garota conversavam sobre sexo anal, mas imaginei que elas estavam conversando de tricô ou sei lá sobre o que mulheres conversam quando não estão falando de sexo anal. A masturbação matutina, como todo homem deve saber, é um desafio. O corpo ainda tá meio dormente, portanto é necessário um certo esforço para alcançar o clímax. Então quando o vídeo estava chegando no final, comecei a me desesperar, pois se a entrevista acabasse e eu não tivesse gozado, teria que repeti-la desde o começo, e para isso teria que interromper o ritmo frenético da minha masturbação, desta forma quebrando o clima, me fazendo perder todos aqueles minutos que ocasionariam no meu atraso para o trabalho. 

Eu me concentrei bastante e estava muito feliz, pois parecia que conseguiria me livrar daqueles espermatozóides um pouco antes do vídeo terminar. Eis que a Monica Mattos para a entrevista e começa a lamber o pé da entrevistadora. Broxei foda. Tudo tava indo tão bem, a Monica Mattos tava sendo tão gracinha e tão normal falando de sexo anal com o som mutado, o que me permitia contruir uma fantasia de duas amigas inocentes conversando sobre bolinha de gude, e aí ela faz essa pornografia assim do nada? Quem lambe o pé de outra pessoa no meio de uma conversa? 

Fiquei muito triste e frustrado, tanto que nem recomecei a punheta. E punheta mal sucedida é uma das piores frustrações do ser humano. Foi aí que decidi que cansei de pornô. Essas atitudes pornográficas de lamber o pé de outra pessoa no meio de uma conversa, de todo vídeo pornô começar com a mulher dando bundada na câmera, dos gemidos exagerados, me enjoaram absurdamente. Não aguento mais isso. Todo pornô é a mesma coisa. 

Cansei de pornô. Mas ainda vejo diariamente. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Por um pornô menos obscuro

Ouso perguntar a cada um que segue estas linhas: o que você sabe sobre pornografia? Saímos de casa, vamos ao cinema, compramos jornal, assistimos TV... Há toda uma geração de mentes jovens por aí divagando sobre arte e cultura entre uma punheta e outra, cinema e seus gêneros entre uma punheta e outra, as várias facetas do homem entre uma punheta e outra, porém... Fica claro o desconhecimento sobre assuntos mais sérios e complexos como é a meteção pornográfica.

Talvez um dia olhemos para o finado século XXI e nos espantemos com a disparidade entre o consumo de pornografia e o conteúdo produzido sobre ela. Não se trata pornografia nos cinemas ou em formatos acessíveis. Existe uma censura mórbida tal qual muralha dos bons costumes que se interpõe entre a mais linda das artes e os tópicos discutidos pelos cidadãos comuns. Um ou outro canal exibe algo lá pelas duas ou três, mas isso é tudo.

É engraçado pensar que filmes violentos como Kill Bill sejam debatidos enquanto sexo continua sendo tabu.
Isso não é de hoje. Esse é um mundinho desprezível onde a violência e o sexo habitam lugares especiais. Ambos tem seu espaço, of course. Mas enquanto a violência é aceita na cultura popular como parte indissociável desta, a pornografia não é! Isso é abismal, me pergunto como podem as maiores disparidades serem as menos notadas... Porque duas ou mais pessoas sentindo prazer não é viável como forma estética? Porque sempre esse obscurantismo de locadora, esse apagar constante de históricos, esse criar frenético de pastas invisíveis?! O rosto de repúdio, meus irmãos, do balconista na locadora, a desprezar com toda sua alma fétida e a sussurrar baixinho com sua voz sibilante a gélida palavra "punheteiro" para o bravo homem que sai às ruas em busca de prazer.

Reparo que em nosso novíssimo século a situação parece ter ficado mais obscura do que um dia já foi. Não, não sou um pessimista. Somente relato os fatos. Veio o VHS, se foram os cinemas. Veio a internet, se foi o VHS. O consumo deste tipo de material aumenta, porém, as produtoras mais sérias e respeitadas tiveram um declínio nas vendas e consequentes cortes de orçamento, empobrecendo o gênero. É absurdo. Como se restaurantes de uma região falissem pelo aumento do consumo de fast food. Nunca se bateu tanta punheta, mas como esse ato passa desapercebido e indigno de reflexão é um mistério para mim. Na mente dos jovens masturbação não tem importância, muito menos do que na de nossos pais. Estes ainda arquivavam a memória visual que apreendiam na rua para usar no chuveiro, o que requer bem mais do que você pode imaginar.

Quando condeno, me refiro a atitude tomada pela maioria que repete "qualquer coisa serve". Andei visualizando o histórico de companheiros meus enquanto eles não viam e sei bem a situação. Vídeos desprezíveis, indignos de seres humanos. Não os olhei com os mesmos olhos. Com alguns, mesmo deixei de falar. Atrizes que mais parecem bonecas infláveis. A maioria pensa no gênero somente com o pênis e em função dele.

A nossa cultura perdeu em alguma dobra do tempo-espaço a capacidade de produzir erotismo como antigamente, isto é, de forma instigante. O erotismo é indissociável da pornografia e funciona como o "gatilho" de atração. Dois animais copulando podem ser vistos no Animal Planet ou na Hustler Tv. A quantidade de erotismo é que vai definir o que é pornografia, e se você é chegado em zoofilia entende o que eu quero dizer. As coisas se passam mais ou menos assim: quando vou em um restaurante, existe um ritual e isso é do caralho. Queria que na pornografia houvesse algo semelhante. Esperamos pela mesa, escolhemos a comida com ponderação e esperamos mais. A espera é um ingrediente essencial, tanto no erotismo quanto na gastronomia (estas duas coisas que são tão próximas). Além disto, existe o ambiente, o observar do prato e o consequente deleite estético. Todas aquelas pequenas coisas que nos afastam do mero ato animal de engolir. Ainda estou aguardando um filme pornô que só tenha uma foda. E que seja no final. Duas horas árduas de paudurecimento para no fim... BUM! (ou BANG!)

A própria linguagem que circunda a pornografia... Vejamos: o ato de 'bater punheta'. Isto merece ser repensado. Porra, não se devia 'bater' punheta, mas sim... Sei lá! Deixemos essas considerações acerca da linguagem para outro dia.

Não quero entrar aqui em uma reflexão sobre a nossa sociedade puritana e como ela deveria ter mais sexo. Não se trata disso. Se trata do componente erótico, transformador, qualificador da pornografia. Na era em que o homem é a medida de todas as coisas, o que torna o mercado do pornô pré-destinado a uma mísera punheta de 5 minutos é a aridez em que os homens se encontram. Suas almas são assim, foram moldadas por máquinas onde qualquer fetiche, perversão, prazer, foi repudiado. Não existem histórias, ambientes, composições e personagens excitantes. Vemos carne e ossos e músculos se contraindo. Na época do vídeo, da revista, isso não era um problema pela falta de opção. Hoje em dia não. No que um bom vídeo da internet deixa devendo a um grande pornô? Em ambos trata-se de uma extensão da aula de anatomia. Porém no segundo há alguns enquadramentos, closes, poses, signos de perversão... A ausência disto é o empecilho que a indústria e seus consumidores inserem dentro dela atualmente. A perversão se foi e Sade se revira no túmulo. Vídeos cada vez mais curtos, mais baratos. Há um barateamento geral que não cheira bem. É preciso foder mais, infelizmente, com menos. Isso não vem de fora, o preconceito e a falta de carinho vem de dentro. Não preciso me estender: o que quero dizer é que a culpa é sua, consumidor. A pornografia só irá ser levada a sério quando o homem moderno olhar para sua mão e identificar que o prazer não habita somente o pau, mas também a mente. E a mente, meus amigos, é um parque de diversões.

Esse cenário é passível de mudanças. Avancemos, confrades, em busca do que há de melhor! Queremos qualidade! Não nos deixemos surpreender com vaginas usuais, repetições incessantes... É preciso mais Stoya, mais Sasha, mais bukakes japoneses em HD. Mais perversão! Mais sadismo! A internet é um oceano e o melhor dela pode estar apenas  alguns cliques.

Deixo a escolha, literalmente, na mão de vocês.

Desejo uma boa sorte para todos.